Poesias
O tempo(Misuke)
O tempo é frio é destruidor
Nos mata assim que nascemos
A cada dia que passa não vivemos
Mas sim morremos
O tempo nos consomen
Não nos permiti voltar
Para consertar o que erramos
O tempo um dia vai acabar
E não vai dar tempo para nos salvar
O tempo é o inicio e o fim.
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Eu(misuke)
Eu...
O que me compõe é tudo o que minha alma já viveu.
É tudo o que meu corpo já sentiu.
É o que eu me lembro, sonho, sinto:
Amores, dores... Medos, vícios.
É o que eu crio para mim
E o que eu tiro... Desmorono...
E o que fica é só o verdadeiro:
Componho-me.
O que me habita é tudo o que eu consinto.
Tudo que é intrínseco, eu convivo.
Todos os “eus” me habitam
E todos eles gritam...
Fugas, fogueiras, fuzuês...
Habitam-me todos os sexos...
Crenças, cores, quereres...
E eu não fujo:
Habito-me.
O que eu conheço é o que eu busco
E eu busco só o total...
O que toca fundo, o que tem sentido.
Meio termo, meio passo, meio vivo;
O meio me faz mal.
Quem não se conhece aceita qualquer coisa...
Não conheço o caminho,... Mas hei de seguir...
Não sei do mundo, mas sei de mim:
Conheço-me.
O que eu permito é tudo que me eleva
Se não engrandece, não me acrescenta: desce!
A luz e a sombra me somam, me mostram, me são.
Sou o doce e o veneno, não há o que escolher.
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Outra Vida(misuke)
Ria se quiser. Não importa.
Suponha que você é muito mais esperto do que os pobres
Lunático quebrado. Não importa.
Mas pense nisso: Você é uma coisa morta, tal como eu.
Você morreu e renasceu ... como esta.
O que faz você e me diferente?
Simples, Eu me lembro que eu vi
Quando estava completa e verdadeiramente morto.
Você seria louco, também.
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Amor (misuke)
Uma tenebrosa e cósmica força,
Que o arremessa para o abismo.
Não há arte que pouco a distorça,
Possui vis efeitos do vampirismo.
Funciona com sórdido mecanismo,
Não há ser que muito a contorça,
Pois mesmo que alguém a retorça,
Perceberia os males de seu erotismo.
Então notaria o que é o hipnotismo,
E rezaria para que ninguém a torça.
Pois então, o que tens a me dizer sobre o amor?
Existe humano que já compreendeu tal mistério?
Se houve tal criatura, esta deve queimar com ardor,
Após ter sido decomposta em algum cemitério.
Visto que do material não se obtém nada sério,
Nada além de incontáveis inescrutáveis ilusões.
Afirmo que com amor maior constrói-se um império,
Livre de futilidade em todas as suas dimensões.
O brutal ranger de um tornado,
Não se compara ao eterno amor;
Que brota na alma do condenado,
A fim de retirar-lhe a dor.
Eis o bem da maldade,
A crueldade dos bens;
Que ascende ao teu celeste,
E é como férreos trens.
O amor é a harmonia do abismo;
O quente soldar de vis dimensões.
O forte sondar do hipnotismo;
A Morte em suas imensidões.
Adjetivos não dão-lhe qualificação,
Pois com tal cousa não se pode ficar são.
O amor é a dor e ambos não existem pra ninguém,
Pois o Todo a tudo ama e não se contém.
Eis o bem celestial,
A crueldade dos trens;
Que dão carona ao umbral,
Ao som de beijos de bens.
Assim como a morte nos aborda,
Gentilmente, vil ou brutalmente,
O amor emerge com uma corda,
Para enforcarmo-nos de repente.
Não obstante ele nos acorda,
De um profundo doce sono mental,
Cuja função muito nos transborda,
Com fluído de ardor sentimental.
Seja no mais nebuloso abismo,
Ou na luz das mais altas dimensões;
Nos faz acreditar que é destino,
Ou que não passa de vis ilusões.
Tal força retorce e move mundos,
Imperando sob e sobre a psique;
Pode encantar em alguns segundos,
Ou causar o mais horrendo tique.
Isto é amor, termo indecifrável,
Para definir o inestimável,
Ou a mais profunda satisfação;
De um casal, de um monge, de um perdão.
O amor emerge com mal que informa,
A chegada da velha serpente.
A mesma que tentou Eva a comer,
Da árvore do conhecimento;
Condenando os homens ao padecer,
E à bíblica ilusão do azarento.
Pois com amor surgiram bastardos,
Traidores, traições e mortes;
Condenações de ímpios inocentes,
Em inquisição de amor de crentes.
Entretanto serve de consolo,
De escada em profundezas abissais.
Nos livra e nos dá o pranto do tolo,
Matando-nos com dores colossais.
Isto é amor, termo imensurável,
Para definir o confortável,
Ou a mais profunda contemplação;
De um mago, de um artista, de uma unção.
Tal força nos retorce e aquece,
Assim como trata e enlouquece;
É o remédio e causa de mil dores,
O aroma de bombas ou de flores.
O amor é a Verdade, O Universo,
Que é infinito e sem definição.
Está nos anjos e nos demônios,
Num carinho ou em uma munição.
Quem ama ama a tudo que tem vida,
Pois tudo que vive é tudo que jaz.
Jaz na existência o mistério do amor,
Pois é vibração que ao cosmos apraz.
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Arte do medo(gustavo)
Escrever; Tão robusto quanto desenhar!
Pintar; Tão fortuito quanto lutar.
Amar, estar em um mundo suspenso, como pensar e não voltar.
Um alguém, a um lar; abrigo e a vida ao sustentar!
O pranto, a dor, aquele que resplandece em meio a todo esse terror.
Esse mundo, se chama com pudor; arte! E és meu maior valor.
Obtenho o talento, mas padeço em meio a esse alento!
Comigo carrego o pincel e o lápis, mas o caderno já perdeu suas folhas com o final deste doce fel!
O céu, agora me parece um troféu; mas quero comigo o amargo deste sangue em meio ao mel.
Traga contigo, os quadros pintados pela vida, a vaga estrada de assassinato que pranteia em meio a esta ida.
Não me faça voltar a este estado de partida, tenho um mundo em meio a estas escrituras que poetisa.
Meu sessar não se exalta, pois todo meu ser esta em alta para ser um poeta que faz falta.
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Sombra Viva(Lucas)
— Minha jovem, por que estás enfraquecida pela tristeza?
— Não é ela quem me entristece Senhor, mas sim, o inferno.
— Mas que inferno, bela jovem?
— Não estás a ver, ao teu lado, a se mover?
— Pois nada vejo, que vês, precisamente?
— O inferno!
— Congela-me o sangue tal olhar garota, para!
— Eu avisei!
Sombra assombrosa,
Vil venenosa,
Matou o Senhor,
Tristonho com dor.
Retira-se agora,
Ao mal de outrora,
Voltou pro abismo,
Com vil romantismo.
Vis vis vis versos,
Estes perversos,
Que co'amargura,
Falo em loucura.
Também sou a morte,
Por ter minha sorte.
Volto lá pro abismo,
Com meu romantismo.
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Má disposição(Misuke)
Alguma dor
A de sempre
A dor dos gerânios secos
A de uma sombra oblíqua
Invadindo a tarde
A do tempo caindo inútil
Como árvore cortada
Alguma dor
A das imagens presas na garganta
Dos gestos que derrubam
Coisas nas horas erradas
De uma certa má vontade
Enquanto o mundo acaba.
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Silêncio(Roseana Murray)
Sei do teu silêncio
Da pequena cela
Que é teu corpo
Tudo muito limpo
um copo d'àgua
A noite quieta
Na borda dos espelhos
Até que um súbito desejo
Corte a superfície
Da pele estagnada
Como um diamante
Abrindo a sangue
Uma nova estrada.
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Réquiem(Roseana Murray)
Hoje um réquiem
Pelo que poderia ter sido
E não foi
Tantas palavras de amor
Secaram na garganta
Tantos versos como água morta
No fundo de um poço.
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Angústia(Misuke)
Dor? , Dor física, dor sentimental,
Dor de perder alguém, dor de amor.
A dor é um fenômeno complexo e com variantes multidimensionais.
Inúmeras causas influenciam na existência da dor.
A dor é um sintoma que acompanha, de forma transversal.
A cada dia sinto mais dor dentro de mim
Sinto que estou apodrecendo por dentro
Amor pra mim, esta se apagando.
Esta se tornando em dor, ódio, medo.
A dor deixou um vazio em mim,
Que não consigo preencher
A dor só aumenta, me faz chorar, sentir-me sozinho.
A maior solidão é a do ser que não ama.
A maior solidão é a dor do ser que se ausenta
Que se defende que se fecha,
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo,
No absoluto de si mesmo,
O que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.